É o primeiro resultado positivo para o mês em três anos. Quase todos os setores da economia criaram novos postos.
No mês de abril, o nível de emprego no Brasil voltou a dar motivo de esperança numa recuperação da economia e a reforçar a imagem de uma espécie de montanha russa no mercado de trabalho.
É o primeiro resultado positivo para o mês em três anos. A economia brasileira criou 59 mil vagas com carteira assinada em abril.
Quase todos os setores da economia criaram novos postos em abril, incluindo o que mais emprega no país que é o setor de serviços. A maior abertura de vagas foi em serviços médicos, odontológicos e veterinários. A agricultura também abriu postos por causa da supersafra de grãos e do cultivo de cana-de-açúcar e café.
A indústria e o comércio inverteram a tendência de 2016 e também fecharam o mês no azul. A construção civil não conseguiu se recuperar e foi o único setor que fechou vagas com carteira assinada em abril.
“Nós acreditamos que a partir do segundo semestre também a construção civil deverá apresentar sinais de recuperação e números positivos”, disse o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira.
Desde o começo do ano, houve um sobe e desce. Janeiro e março, redução de emprego; fevereiro e abril, criação de novas vagas. No ano, o acumulado é de menos de mil vagas fechadas.
Agora é preciso ver o que significa esse ganho de empregos em abril, e também em fevereiro, para a economia em geral. Isso porque, a partir do momento em que o Brasil mergulhou na recessão, todos - governo, empresários, trabalhadores - analisam cada dado da economia em busca de sinais que indiquem o fim da recessão.
“Fazendo a conta disso, dá zero praticamente, quer dizer, nós estamos estáveis, não estamos destruindo emprego. Eu acho que isso é um sinal bastante positivo e animador para o Brasil”, disse José Pastore, professor da USP.
Nos últimos 12 meses, com o país em recessão, o Brasil perdeu quase um milhão de vagas com carteira assinada, e ainda são mais de 14 milhões de brasileiros desempregados.
“No emprego a gente está na fase que você está melhorando gradativamente, um mês positivo, um mês negativo, mas passou aquela fase que você tinha todo mês números muito ruins. A gente está naquele meio do caminho e lá na frente, lá na frente eu digo provavelmente no segundo semestre, a gente vai ter uma quantidade maior de dados positivos para mostrar na atividade, inclusive no emprego”, afirmou Sérgio Vale, economista da MB Associados.
Para o especialista em mercado de trabalho, a melhora vai depender da aprovação das reformas da Previdência e da trabalhista.
“Vamos torcer para que essas reformas sejam concluídas, que os investimentos em infraestrutura se efetivem e que a confiança do investidor, tanto nacional ou estrangeiro, volte e se transforme em novos projetos e novos empregos”, concluiu Pastore.